Farol do Cabo da Roca

 Camões já contava em versos aquele que é o ponto mais Ocidental da Europa Continental, o Cabo da Roca... distante apenas 18 quilômetros do Hotel Fortaleza do Guincho, que está a pouco mais de 30 quilômetros de Lisboa e a 13 do centro histórico de Cascais. Acrescente a isto uma imensa praia de areia, o atendimento de um verdadeiro Relais & Chateaux e um restaurante com uma - por agora - estrela Michelin e terá o resumo de um especial final de semana.

O Cabo da Roca

Mesmo que o hotel seja muito próximo da capital Lisboa, o que possibilita um bate e volta, o melhor é ficar um final de semana e aproveitar tudo que a localização privilegiada do hotel pode proporcionar: um por do sol na varanda do hotel ou no Cabo da Roca, o café da manhã com vista para o mar ou dormir com o som do mar, porque não se esqueça, o hotel nada mais é do que um forte transformado numa estalagem de cinco estrelas! Ou seja, praticamente dentro do oceano!

O lindíssimo edifício do Hotel Fortaleza do Guincho

O atendimento do hotel, desde o momento do check-in até a finalização do check-out foi impecável, entretanto, senti falta de um atendimento um pouco mais personalizado em razão de meu status Club 5C, mas nada que possa comprometer o aspecto geral do serviço.

Saguão do Hotel

Reconheço que não é tarefa fácil decorar um forte construído no Século XVII que foi transformado em hotel, mas acho que alguns itens do mobiliário merecem uma renovação, ainda que mantido o estilo sóbrio da decoração. Mas, estar num edifício histórico como este tem, sem dúvida, seu charme... o teto do quarto que o diga!

Teto do quarto

As vistas são realmente especiais! Seja da varanda do quarto, seja da varanda externa do hotel, seja do restaurante e valem, por si, a viagem e a estadia.

Vista da varanda do quarto

Mas o que realmente importa aqui é o restaurante... talvez injustiçado neste ano de 2018, pois somente manteve sua estrela - conquistada no longíquo ano de 2001 - e talvez já fosse o momento de uma segunda... mas isso fica por conta dos inspetores do guia.

Vamos lá: optamos pelo menu degustação de quatro pratos... há outras duas opções, com três e cinco pratos.

Para começar, cabeça de peixe com purê de grão de bico; purê de grão de bico com peixe seco em barco de arroz com tinta de lula, acompanhados de cerveja artesanal da Serra da Estrela:

Nesta mesma sequência: raiz com camarão da costa e maionese de limão e camarão; pastel de cataplasma de peixe.

Pois bem, aquela impressão que tive ao ir pela primeira vez ao restaurante Le Jules Verne no alto da Torre Eiffel mudou muito, mas não em todos os aspectos da visita. Vamos lá então: ele continua a ser uma parte do império Alain Ducasse e mantém sua estrela Michelin. O atendimento ainda é impecável e extremamente tolerante com nossas crianças... detalhe que desta vez fomos com um casal amigo e a bagunça foi em dobro!! Por estes motivos ainda poderia continuar a recomendar o restaurante para escapar das filas e da tarifa do elevador da torre.

Mas os tempos são outros, a Torre Eiffel atualmente é totalmente cercada, de forma que, mesmo que você tenha uma reserva para o Le Jules Verne, terá que enfrentar a fila de segurança - que não é nada desprezível, diga-se - ainda que exista uma fila dedicada para este fim (junto com outros, por isso não tão pequena) serão alguns minutos perdidos... Passado este primeiro obstáculo, realmente, será muito mais fácil tomar o elevador, pois este é exclusivo para o restaurante... para o outro a fila é interminável... com as medidas de segurança o conforto ficou um pouquinho prejudicado, mas ainda existe.

A grande questão que me chamou a atenção neste retorno foi o preço!! Se de volta ao final de 2011, descontado o valor do elevador (€14,00) o menu sairia por módicos €76,00 - lembre-se estamos falando de Paris! - na volta a realidade foi completamente outra. Se houve um aumento no valor do bilhete de elevador para €16,00, o preço cobrado pelo restaurante praticamente tornou-se proibitivo! Notinha fiscal no final... para tudo, contudo, há uma explicação... demos azar!

O serviço continua a ser impecável, desde a recepção no elevador até a saída não há o que se comentar. O ambiente é muito bem decorado e a vista realmente é impagável!

Nós pedimos o Menu Experience de cinco pratos, no qual é necessário optar pelo peixe ou pela carne, no caso pombo! Certamente que o pombo é a pedida!

O menu inicia com um sashimi com algas que confesso não me chamou a atenção, mas muito bem preparado e equilibrado... aliás, o equilíbrio - pode-se dizer - é marcante no Le Jules Verne.


Seguimos com foie gras com cereja... realmente muito bom e uma das melhores combinações de terrines de foie gras que já provei.


Na sequência, aspargos com avelãs... outro prato que não me surpreendeu. Parecia que faltava alguma coisa... será?


Depois, o ponto alto da refeição: o pombo! Não foi o melhor que já provei, porque este estava muito delicado e eu sempre espero algo muito marcante em se tratando de pombo, mas excelente!



Para finalizar, uma torta de chocolate que estava sensacional!


As crianças puderam optar entre peixe e frango e também tiveram direito a uma sobremesa, mas pela "bagatela" de €90,00... esse valor realmente achei exagerado!

A sobremesa das crianças: sorvete

Voltando ao início... nosso azar foi ter escolhido um sábado para escalar a Torre Eiffel, porque nestes dias e nos domingos, não existe a opção do menu de três pratos no almoço, que sairia por €105,00, e descontando o valor do elevador resultaria em €89,00 por um menu num restaurante estrelado... um valor até bastante razoável em se tratando de Paris.

A continha

Mas aos sábados e domingos, somente é servido o Menu Experience, que inicia em €190,00, de forma que o valor líquido - descontado o elevador - fica em €174,00. Minha impressão, portanto, é a seguinte: ainda vale a pena ir ao Le Jules Verne durante a semana, desde que não acompanhado por crianças, pois o valor de €90,00 por um menu infantil é altíssimo! E não vejo motivo para lá ir aos finais de semana, porque existem muitas outras opções menos caras em Paris, especialmente com apenas uma estrela!

De qualquer forma, mais uma para a conta, porque não tinha computado em 2011!!

(c) AmazingPlace.com

Depois de quase um ano com as portas fechadas, o aclamado restaurante dinamarquês Noma reabriu suas portas no dia 16 de fevereiro. Aqui um vídeo - via Wall Street Journal - contando um pouco da história desta transição.


Reservas já são aceitas para o menu (US$ 375.00), mas eu não consegui encontrar nenhuma vaga disponível até junho... boa notícia para os estudantes: há um menu de estudante por menos da metade do valor (US$ 165.00) e já é possível entrar na lista de espera.

Boa sorte!

Nosso prédio no Aqua Village

Na medida do possível vou tentar fazer um resumo das estadas com alguns pontos que considero muito importantes nos hotéis no final da cada post (aqui no começo por ser a primeira vez). Vai ser uma espécie de selo de qualidade do hotel. Talvez pareça estranho não estarem no selo itens como limpeza e conservação, mas como o blog privilegia a qualidade dos estabelecimentos, isso é o mínimo que se espera... e caso me decepcione farei uma nota no texto.


Estes são os itens que tornam, para mim, uma estadia memorável, especialmente os upgrades! Eles são realmente especiais!

Parece até que o hotel não merece uma visita, não? Muito pelo contrário! O hotel é lindíssimo e ainda é muito novo (inaugurado em setembro de 2016), seu pessoal é muito atencioso e os equipamentos excelentes!



Nosso quarto era um mini apartamento, com cozinha totalmente equipada, com eletrodomésticos e todos os utensílios indispensáveis para fazer uma refeição completa. E o melhor: tudo muito novo e de excelente qualidade! Esse é mesmo um ponto positivo, pois o hotel parece ser destinado a férias familiares, e, esta configuração é realmente atraente.


O chuveiro não ganhou nota máxima por um detalhe: num hotel de serra não acho razoável que a temperatura da água tenha oscilações - como ocorreu conosco - porque o volume de água era excelente! Nada daqueles chuveiros em cima da banheira! Poderia melhorar a área envidraçada, porque o banheiro acaba molhado depois dos banhos, mas nada que incomode.

As gotas são tendas para massagens!

O sistema de internet/televisão deveria estar com algum problema, o que nos foi confirmado no check-out, mas o pessoal do hotel tentou - realmente - solucionar o problema, o que não aconteceu até o momento de nossa saída. Fica a ressalva para o fato de a região do hotel ter sofrido muito recentemente com os graves incêndios em Portugal, o que pode ter afetado o serviço.


O hotel não é barato, mas se você tiver disponibilidade de datas pode encontrar tarifas que não são nenhum absurdo. É realmente uma ótima opção nesta região de Portugal, que não conta com muitas opções nesta categoria. Mas, fica aqui um porém: fomos com a intenção de utilizar o hotel como nossa base para a estação de ski da Serra da Estrela... ele não é distante da estação, mas o trajeto leva algum tempo, de forma que me parece haver outras opções mais próximas que sejam mais práticas - ainda que sem o requinte deste hotel. De qualquer forma, recomendo muito o hotel, mesmo que não seja para uma temporada de neve.

Uma agradável surpresa foi o restaurante Roots, do chef Anderson Miotto. Reservamos o jantar do Dia de São Valentim. Começamos um pouco devagar com um creme de cogumelos, primeiro porque a consistência não era de creme e depois porque alguns cogumelos não pareciam estar propriamente cozidos.

Creme de cogumelos

Mas essa foi a única decepção do jantar, porque seguimos com pratos de peixe e carne impecáveis, especialmente a apresentação que não ficou devendo a nenhum restaurante estrelado - talvez a do peixe seja um pouco exagerada... O peixe, pelo sabor, poderia estar em algum menu estrelado, que sabe sem a cabeça...

Robalo com recheio de camarão

Carré de borrego com bolinho de batata recheado com queijo da serra da estrela

E finalmente a sobremesa, essa eu não tenho qualquer dúvida de que poderia estar num cardápio estrelado pelo Guia Michelin, apresentação impecável e confecção perfeita!


Mas ainda faltam alguns pontinhos a melhorar... por exemplo esqueceram-se da tradicional limpeza da mesa após os pratos salgados...

O mais importante: o custo benefício do restaurante foi excelente! Com vinhos incluídos - sem limite - o menu custou €40,00 por pessoa! Acho que vale muito!