Epur Vicent Farges

Para fechar a série daqueles restaurantes em que depositei a expectativa que poderiam receber uma estrela no Guia Michelin 2019 - infelizmente não consegui reservar em tempo hábil o quinto da lista - figura o novo restaurante do chef Vincent Farges, o Epur.


A experiência poderia ser resumida em uma palavra: impecável.

Realmente, tudo se movimenta favoravelmente neste novo empreendimento do chef Farges, desde a localização numa das mais belas - em minha opinião - praças de Lisboa, até a qualidade dos pratos e das matérias-primas, passando pela exuberante vista e pelos intocados azulejos da sala de refeições.


Não há qualquer ressalva que possa ser colocada: o atendimento do salão, com o rigor que um restaurante deste nível exige, mas sem perder aquele toque pessoal que o faz sentir mais em casa; o sincronismo da sala com a cozinha; a excelência das criações do chef, em que nenhuma se destaca negativamente, pois durante todo o percurso do menu foram coesas e com elevadíssimo nível de perfeição.

Optamos pelo menu 6 momentos (€ 125,00), e aqui uma curiosidade: não há carta e nem mesmo o percurso do menu, de forma que devemos confiar no chef...

Os amuse-bouche:






Melão, aipo e salicórnia: o frescor para iniciar...






Lula, feijão e creme de ovas de salmão





O tradicional velouté de abóbora, aqui cabotiá, com ostras defumadas, estava excelente! 






Depois o pão... dificilmente comento especificamente sobre eles, mas aquele sem glúten do Epur é para repetir!

Começando o menu, propriamente dito, a barriga de atum marinada com velouté de pepino e shissô:


Na sequência, rillettes de coelho, mousse de foie gras, cogumelos de Paris com cacau e purê de pera defumada:




No pratinho: pão com mousse de foie gras














Se for possível dizer que alguns passos do menu se destacaram, este certamente seria um deles...

E, se algum dia eu me tornar vegetariano, que todos os pratos sejam como o próximo:





Alcachofras cozinhadas com açafrão e legumes da época. De tão perfeita execução me fez esquecer que existem carnes...






Na sequência, o peixe galo salteado, numa cama de bivalves e bacalhau com cítricos...






A delicadeza do peixe, a força do molho e a acidez dos cítricos... uma combinação perfeita!











E para encerrar o pato com mini abóboras, cogumelos e purê de aipo:









O pato vinha complementado por um prato de cevadinha, que estava simplesmente espetacular!








A pré-sobremesa foram figos glaciados em mel e sorvete de flor de figueira... deliciosa!






E para finalizar, o chocolate em três versões (torta, crumble e mousse), com gelado de whiskey e trigo sarraceno...






Foi realmente uma experiência notável, e, sem dúvida digo que o Epur deveria receber uma menção estrelada no Guia Michelin 2019... talvez até maior do que a estrela única recebida pelo chef no comando da Fortaleza do Guincho... entretanto, aquelas regras não escritas do Guia possam, talvez, impedir tal façanha... aguardo ansioso a decisão.


E o Epur assumiu a posição de nosso restaurante favorito em Lisboa... que venha novembro com grandes novidades!

You Might Also Like

0 comments