Volta pela Provença e Riviera Francesa

Acho que o melhor em viajar sozinho é a liberdade que você tem para estabelecer seus destinos. Você cria seus roteiros, estuda o destino, faz contato com hotéis e restaurantes locais para saber sobre peculiaridades, enfim enriquece sua viagem antes mesmo dela começar. Além disso, como o roteiro foi criado da sua cabeça, você pode alterá-lo quantas vezes quiser!


Você não fica engessado em roteiros já estabelecidos, sabe-se lá por quem, há quanto tempo e com quais interesses.

Para mim, o ápice dessa liberdade é alugar um carro e aventurar-se pelas estradas mundo afora! Salvo em grandes cidades, não há outro modo de viajar!
A grande Corniche
Fiz pouquíssimas viagens em excursões, mas acho que em nenhuma delas, mesmo as ditas individuais ou exclusivas, o viajante poderá optar por um menu degustação durante o almoço ou solicitar um desvio para uma vila no interior da França que gostaria de conhecer.

Poderia ficar falando inúmeras outras vantagens da viagem independente, como o contato com os locais, a necessidade de aprendizado da língua e costumes do País ou a total falta de charme em chegar em determinados locais em um ônibus ou van de excursão, mas, isso é uma decisão pessoal de cada pessoa.

Aventurar-se, para mim, é a palavra de ordem! Pode dar um pouco de receio no início, mas sua liberdade não tem preço!

Um dos grandes roteiros para ser realizado de carro é o da Provença e da Riviera Francesa. Tem baixo nível de dificuldade na condução, as vistas são espetaculares e possui cidades muito interessantes. É considerada uma das mais espetaculares viagens rodoviárias.
Para mim, são essenciais as seguintes:

1) Nice, vale a pena ficar duas ou mais noites.
Nice no final da tarde - Promenade des Anglais
2) Vizinha a Nice faça uma visita a Èze e não deixe de passar no Jardin Exotique, que tem uma das melhores vistas do roteiro.
Èze e suas vistas
3) St. Paul de Vence e Ramatuelle: são pequenas cidades vizinhas, a primeira é conhecida como um centro de artes. Se puder dê uma desviada para os Moulins de Pailas, muito legal para uma parada e um lanchinho.
Ramatuelle
Les Moulins de Paillas
4) St. Tropez e sua vizinha Domaine du Rayol
Domaine du Rayol
5) Aix en Provence, a cidade das fontes.

6) A cidade dos papas Avignon
A famosa ponte de Avignon
7) Les Baux de Provence

8) Gordes

9) Roussillon.

Se tiver tempo, Arles, Nîmes, Pont du Gard e Orange, essas normalmente consideradas essenciais, mas que não me encantaram tanto, talvez porque as cidades sejam maiores e não tenham o charme das pequenas vilas, e, a ponte não parece uma coisa muito do interior da França, mas parece algo de Hollywood.

Por outro lado, há outras vilas ainda menores que eu achei muito legais, como Cagnes sur Mer, St. Saturnin-les-Apt e Menerbes. Nessas tenho quase certeza que a excursão não passaria.
Cagnes sur Mer
St. Saturnin-les-Apt
Menerbes
Vejam as fotos e tirem suas próprias conclusões.

Mais algumas coisas: não recomendo Monte Carlo e gostei de Uzes, especialmente porque existe uma tal Maison de la Truffe, com uma grande variedade do produto.

Tivemos algumas bases durante a viagem: Nice, Avignon e St. Tropez. Pousamos uma ou mais noites em diversas outras cidades, tais como Cagnes sur Mer e Aix em Provence. Posso destacar destas hospedagens as de Nice no Palais de la Méditerranée (http://palais.concorde-hotels.com/en/) um ex LHW, que pertence à rede Concorde de hotéis, com bons quartos e uma vista durante o café da manhã de tirar o fôlego.

Em Aix-en-Provence ficamos no Le Pigonnet (http://www.hotelpigonnet.com/fr/index.php), membro SLH, muito bom hotel, recomendo.

Também passamos a noite no Le Cagnard (http://www.lecagnard.com/) que na época era um dos Relais & Chateaux, hoje não mais, uma estadia, no mínimo, diferente. Para começar, é impossível ter acesso à cidade em seu veículo próprio, então, você deve parar seu carro em um estacionamento próximo indicado pelo hotel que eles virão te buscar em um micro carro. Realmente, não há qualquer possibilidade de chegar ao hotel de outro modo, as vielas são minúsculas. Não espere muito luxo no local, mas algo mais rústico, porém "limpinho". Recomendaria muito uma estada no local, desde que a saída dos Relais & Chateaux não tenha implicado em perda de qualidade, já que nos hospedamos em 2008.

Em St. Tropez ficamos no Chateau de la Messardière (http://www.messardiere.com/) um LHW que é um excelente hotel, mas com uma localização pouco privilegiada, fica bem afastado de tudo. De qualquer modo, vale pelo conforto.

Voltando aos restaurantes, nessa viagem tivemos cinco refeições estreladas: Keisuke Matsushima, Chistian Plumail, Le Cilantro, Le Cagnard e La Mirande. Desses os três primeiros mantêm sua estrela, e, os dois últimos a perderam.

O La Mirande detinha sua estrela desde 1993 e a perdeu em 2012 (http://www.ledauphine.com/vaucluse/2012/02/27/soupe-a-la-grimace-a-la-mirande-le-restaurant-avignonnais-perd-l-etoile-decrochee-en-1993). Nós fomos agraciados com uma belíssima refeição em um cenário ainda mais belo, já que o hotel é realmente magnífico. Dentre todos os restaurantes da viagem, me parece que seria aquele que melhor acolheria um casal com crianças, já que pudemos desfrutar nossa refeição no lado externo do restaurante. Seria imperdível caso não tivesse perdido sua estrela.

Me chama a atenção o Le Cagnard que além de não pertencer mais aos Relais & Chateaux também perdeu sua estrela e sequer consta da relação do guia Michelin atualmente, é meio preocupante, daí porque talvez uma pesquisa antes de ir seja adequada. Todavia, nossa refeição foi bem aceitável, com direito a uma pombinha sensacional. Devo dizer que o meu foie gras não estava muito bom mesmo, mas nada que retire uma menção, pelo menos, no guia. Esse restaurante tem uma peculiaridade: apesar de antigo, seu teto pode ser aberto em noites estreladas. Para nossa sorte, isso aconteceu durante nosso jantar.

Se sua intenção é uma refeição minimalista, seu endereço é o Keisuke Matsushima. De tão minimalista, é quase impossível achar o restaurante, já que não há muita indicação na parte externa. Muito boa comida, mas pouco recomendável para crianças.

Em Nice também fomos ao Christian Plumail, com uma comida mais tradicional francesa e também um ambiente que me pareceu mais adequado para crianças.

No quesito comida, o melhor de todos durante essa volta foi o Le Cilantro em Arles. Conseguimos um lugar sem reserva e fomos muito bem atendidos. A comida era impecável. Acredito que eles até tolerem a presença de uma criança, mas não custa perguntar antes.

Para a minha conta, então, são mais cinco estrelas adicionadas!

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2 comments

  1. Gostei do Blog, só que tem hora que ele trava...

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    1. Dr. Pancotti, aqui está funcionando normalmente. O Sr. poderia me dizer onde exatamente ele trava? Obrigado

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